terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Excesso de peso por faixas etárias

Dados do VIGITEL de 2008.

      Pelo gráfico observado que há uma maior tendência ao excesso de peso com o avançar da idade, sendo maior o percentual desse atributo entre indivíduos mais velhos. Com o envelhecimento, o metabolismo é desalerado e por isso há um maior acúmulo de gorduras corporais. Assim, mesmo com hábitos alimentares mais saudáveis, indívíduos mais idosos possuem maior sobrepeso. O gráfico abaixo apresenta uma regressão linear que correlaciona excesso de peso e inatividade física, por faixa etária. Há um menor percentual de pessoas jovens inativas fisicamente, e o percentual de excesso de peso sobe junto com o aumento da inatividade física.
Idem anterior.



http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabnet.exe?vigitel/vigitel08.def

Obesidade e excesso de peso infantil

     A desnutrição é um grave problema, principalmente entre crianças, já que pode provocar morte e diversas complicações. Entretanto, a obesidade apresenta-se como um problema também grave, que apesar de não causar morte a curto e médio prazo, atinge atualmente um percentual preocupante das crianças entre 5 e 9 anos no Brasil.
     A tabela abaixo apresenta o percencentual de crianças com variações nos índices de peso-altura para a idade.
Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 realizada pelo IBGE.
 
Observa-se que a cada 3 crianças brasileira, uma apresenta excesso de peso. Esse é um problema grave, que deve ser considerado nas políticas de saúde pública, já que o excesso de peso infantil é um dos principais fatores que influenciam o desenvolvimento de obesidade na idade adulta.
Houve pouca variação nos percentuais de excesso de peso e obesidade entre os sexos, já que nessa idade as características sexuais que poderiam influenciar nessas condições ainda estão ausentes. Com aumento da idade também houve uma tendência ao aumento do excesso de peso e a diminuição na obesidade.
A tabela abaixo mostra o prevalência de variações no índice de peso-para-altura segundo as regiões do Brasil e a situação da residência (urbana ou rural).
Idem anterior.
 
      Nota-se que o excesso de peso e a obesidade é maior na área urbana que na área rural, principalmente devido as diferenças nos hábitos alimentares e no desenvolvimento de atividades físicas. Observa-se também que o Sudeste é a região com mair percentual de meninos com sobrepeso enquanto o Sul possui maior quantidade de meninas obesas. Assim é provável também que a prevalência de sobrepeso infantil esteja realcionada com a renda familiar, sendo maior em regiões mais ricas, como fica claro na tabela abaixo.


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_encaa/default.shtm

Muito além do IMC

O IMC (índice de massa corporal) é um excelente parâmetro, mas não deve ser o único levado em conta para avaliação de gordura. Nem toda pessoa com um IMC alto está de fato com excesso de gordura. Muitos atletas ou pessoas treinadas tem uma quantidade alta de músculos podendo ter um IMC mais alto, não necessariamente mais gordura.

Para se ter um diagnóstico de obesidade mais preciso deve-se levar em conta também o percentual de gordura e a circunferência abdominal. O percentual de gordura, ao contrário do índice de massa corporal, não inclui os valores da massa magra, que são o peso dos órgãos, músculos, sangue, etc. Ele é a quantidade de gordura propriamente dita. Não deve-se criar a ilusão de que gordura é ruim. O corpo precisa de uma quantidade de gordura para que possa funcionar corretamente, mas não deve ultrapassar muito o limiar para o sexo e faixa etária de cada indivíduo. Para quem se interessar em descobrir seu percentual de gordura é só visitar o site: (<http://www.cdof.com.br/gordura.htm>).


Vemos nesse gráfico que conforme a idade o limite de gordura total vai aumentando, sendo sempre maior para as mulheres, pois anatomicamente elas têm mais gordura corporal. 
 
A circunferência abdominal é uma medida mais popular e fácil de se realizar. Ela mede o acúmulo de gordura na região abdominal e quando associada a outros fatores (diabetes, hipertensão e colesterol LDL alto) pode indicar síndrome metabólica. A síndrome metabólica é um apanhado de fatores que levam ao ataque cardíaco, por exemplo. Foi estabelecido um limite para a circunferência abdominal que é de até 102cm para os homens e 88cm para as mulheres.
FIgura que exemplifica a medida da circunferência abdominal.

Obesidade internacional

     O primeiro gráfico mostra a percentagem de obesos em diversos países em 2005 enquanto o segundo mostra o percentual de pessoas com excesso de peso em 2010.
     Fica claro que nem todas as pessoas com excesso de peso são obesas, sendo a obesidade um subgrupo dentro do excesso de peso. No México, por exemplo, havia 24% dede obesos em 2005, enquanto em 2010 70% de sua população apresenta um excesso de peso.
Algo marcante é a enorme diferença da percentagem de obesos existentes entre países ocidentais e países orientais, o que provavelmente deve-se as diferenças nos hábitos alimentares.
     Os EUA, o “país do fast-food”, possui um dos maiores consumo de açúcares no mundo, alimentadon-se de comidas muito calóricas.No Japão, a popupalção de um modo geral consome menos alimentos gordurosos e mais verduras, essa simples diferença pode ser uma das grandes responsáveies pelo baixo índice de obesidade japonês.
     Portanto, fica claro que os hábitos culturais de um país influenciam muito no peso e na saúde de sua população.




Evolução da obesidade no Brasil

     A obesidade no Brasil tem crescido nos últimos anos, provavelmente devido aos hábitos de alimentação e atividades físicas cada vez piores no nosso país, como o aumento no consumo de açúcares simples, consumo de alimentos industrializados e ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, fatores que já foram relacionados com a obesidade. Além disso, algumas características da “vida moderna” como a diminuição na atividade física moderada e aumento do tempo dispendido em atividades de baixo gasto energético, como ulitização de computadores e televisões, assim como o aumento na utilização de meios de transpote motorizados também podem influenciar no desenvolvimento do excesso de peso e obesidade.
O gráfico abaixo mostra como a prevalência de obesos na população cresceu no Brasil de 2006 até 2009.
Dados do VIGITEL de 2006 a 2009.



http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2009000300008&lng=en&nrm=iso
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0201

 

Obesidade e excesso de peso entre os sexos

Dados do VIGITEL, 2008.
     O histograma categorizado acima mostra que a obesidade atinge igualmente ambos os sexos no Brasil (cerca de 13% da população de cada sexo), enquanto que a prevalência de excesso de peso varia entre os dois gêneros, sendo maior em homens do que em mulheres.
Tabela de percentual de obesos segundo sexo e idade. Dados do VIGITEL de 2008.
 
     A tabela deixa claro que essa diferença de excesso de peso entre os sexos é mais exacerbada entre os 25 e 54 anos de idade, pois o percentual de excesso de peso entre os homens cresce significativamente já aos 25 anos, enquanto que entre as mulheres esse percentual tem uma elevação mais suave com a idade.


http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabnet.exe?vigitel/vigitel08.def

Obesidade nas Regiões do Brasil

Os dados utilizados para a construção do gráfico foram retirados da pesquisa VIGITEL de 2008, relaizada pelo Ministério da Saúde. É importante ressaltar que esses dados incluem apenas os maiores de 18 anos e identifica como obesos os que possuirem IMC acima de 30kg/m2.
        Pelo gráfico acima podemos perceber que as regiões brasileiras possuem um percentual de adultos obesos muito próximo, à exceção do Sul, mesmo possuindo características e hábitos bem diversos. Assim, pode-se perceber que a obesidade é um problema complexo, influenciado por diversos fatores ambientais, genéticos e sociais, que dificultam sua previsão. Embora fatores como inatividade fisíca afetem o desenvolvimento de obesidade, não é possível observar uma associação direta quando analisados seus percentuais por regiões do Brasil, sendo seu coeficiente de correlação muito próximo a zero:

        O gráfico mostra que apesar do Sul possuir o maior percentual de obesos em sua população, há o menor percentual de inatividade física. Por isso, atributos simples não são suficientes para explicar a obesidade, sendo necessária uma análise mais detalhada da população para definir os fatores que têm maior influência sobre o desenvolvimento do excesso de peso e obesidade.

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dh.exe?vigitel/vigitel08.def